sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Início de temporada - American Horror Story: Coven! Predições, maldições e alfinetadas. ;)


 Vamos lá pisar em terreno minado. Falar de séries, ainda mais daquelas que já estão em andamento há alguns anos e já possuem um bom apanhado de fãs/seguidores (ou seja, que infelizmente viram modinha e tem gente que reclama sem nem saber o que é, só pega o bonde andando), é sempre uma chama para mimimis desnecessários, mas como eu nunca liguei para isso e sempre fico mesmo no aguardo de opiniões contrárias para poder haver algum debate rico e pacífico (hahahahaha, difícil mas eu sempre espero), vou dar a minha humilde opinião sobre o início de uma das novas temporadas do momento: American Horror Story - Coven (nome dado a esta terceira temporada). Eu ía falar também de The Walkind Dead, mas vou esperar só mais um pouco para poder falar com alguma certeza e encarar os walkers-modinha de frente (hahahahahahah!). E, claro que não tenho muito a dizer sobre Coven, afinal somente assisti aos dois primeiros episódios, mas já dá para se ter uma certa ideia do que está rolando. Vamos lá? OBS: eu não vou me segurar a respeito de SPOILERS, pois este post trata da nova temporada da série e, obviamente, haverá novos fatos e momentos de retomada. Então, se não viu ainda as temporadas anteriores ou nenhum dos novos episódios, eu indico que não leia. A escolha é sua, certo? Depois não reclame.


 Quem já conhece a gore e antológica (cada temporada trata de uma história diferente, com personagens diferentes e em épocas diferentes, mas podendo utilizar os atores/atrizes das temporadas passadas) série produzida por Ryan Murphy e Brad Falchuk sabe que as histórias presentes aqui nunca estão para brincadeira. O universo é sempre adulto e sem qualquer tipo de pudor. Não vou poder falar MUITO desta nova temporada em si, afinal só vi dois episódios até o momento, mas como este post se propõe a tentar lançar predições para o que ainda virá nos novos episódios, ideias não me faltam e, claro, críticas. A série é do canal americano FX, e já estreou no Brasil pela FOX (mas sempre com 1 episódio de atraso, infelizmente. Quem quer rapidez, que peça HBO, hahahahaha!). Irei falar com parágrafos curtos, indo de ideia para ideia, para não ficar tão cansativo e também para facilitar as minhas colocações, certo? Certo.

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 Começo com o fato de que esta nova temporada trata de um tema não muito comum ultimamente, ou melhor, nunca fora: bruxas. Sim, existem/existiram séries sobre bruxas, mas aqui temos um terreno nunca antes explorado - estamos vendo uma história adulta sobre bruxas. Tudo o que vimos até o momento acerca deste mundo foi bastante casual e "romântico" em se tratando de séries televisivas (Sabrina, Charmed, etc). Tem também a recente Witches of East End, mas pelo amor de Deus, não! Que coisa chata! Em Coven, Ryan criou um universo pesado que rodeia o tão misterioso e interessante tema da bruxaria, intercalando isso a críticas contemporâneas acerca da sociedade em que vivemos. Espere ver debates sobre racismo, estereótipos e puro preconceito, não só sobre a 'bruxaria', mas sobre os círculos que a rodeiam.

 Temos aqui também o tema voodoo (que não deixa de ser um tipo de bruxaria, porém considerada uma magia negra, literalmente, afinal fora trazida pelos negros africanos na época em que foram escravizados - situe-se aqui na História Americana e na Região de New Orleans, foco da prática vodu). A série, com certeza com o intuito de unir o útil ao agradável, se situa exatamente na Região de New Orleans (ou Nova Orleans) e faz esse mix de magias sem, claro, dar um tiro no próprio pé lançando estereótipos baratos acerca da magia branca e magia negra que as liguem de forma pejorativa às questões raciais, ou melhor, racistas. Ou seja, isso de "magia de branco é magia boa e magia de negro é magia ruim" não existe aqui. O que irá existir são discussões internas de, digamos, "facções da bruxaria".


 Temos a elite da bruxaria, ou os resquícios das bruxas "brancas" de Salém, lideradas pela Suprema (um tipo de bruxa-chefe), e temos os negros de New Orleans descendentes diretos de escravos com uma magia também poderosíssima (porém não são bruxas/bruxos - eles não possuem a magia em si, digamos que eles a fabricam através de outros meios), e, mesmo que indiretamente, também são liderados por uma mulher - mas sem denominações e hierarquias, se bem que poderíamos chamá-la de "Rainha Vodu".

 Cada lado sabe o quão poderoso o outro é e cada um "se respeita" a seu modo. Como a Suprema mesmo diz numa conversa com a "Rainha Vodu" - "Nós somos os martelos perseguindo vocês, os pregos". Mas como eu já falei, não há racismo por parte de colocações pejorativas, há a forma direta de dizer que qualquer magia, seja ela branca ou negra, pode ser boa e ruim. Vai haver personagem descrente, preconceituoso, mimado, chato, irritante, ruim, maquiavélico....etc. Sim! Quer coisa mais "suja" que a Madame LaLaurie?! Não existe. Mas cada pessoa com seu jeito de ser, não há uma generalização, pelo menos até agora não foi mostrado algo do tipo. Como falei, somente intrigas e alfinetadas de "diferentes gangues".

 E já que falei da Madame Delphine LaLaurie - uma das protagonistas da série em si -, vamos a um dos interessantes fatos da produção: LaLaurie é uma das personagens baseadas literalmente em uma personalidade que já existiu. E ela realmente era essa coisa malévola que morava naquele exato lugar de New Orleans. Tudo bem que Ryan Murphy sempre gostou de brincar um pouco com o macabro da nossa realidade, mas nesta temporada ele veio com tudo. Podemos dizer que Delphine aparece nesta terceira temporada da série como uma rival da Suprema Fiona (Jessica Lange) e da Rainha Vodu - Marie Laveau.


 Temos aqui outra personagem que não é pura ficção: Marie Laveau. Ela também nasceu em New Orleans e foi uma conhecida praticante de vodu dos Estados Unidos, sendo chamada até hoje de Rainha dos Vodus. É interessante observar que Marie é uma personagem que geralmente é citada em obras da ficção que tratem do oculto (um exemplo mais recente seria em American Gods de Neil Gaiman). Ou seja, está claro que Ryan queria uma base bastante sólida neste terreno. E construiu isso muito bem, pelo menos até o momento.

 Com nomes de peso como Jessica Lange, Kathy Bates e Emma Roberts (sendo Kathy e Emma caras novas não somente na série, mas no mundo da TV, já que estão mais acostumadas com o Cinema), Coven está indo de vento em popa. O elenco está afiado, e as atuações incríveis. Palmas para a eterna Jessica que, como sempre, se mostra uma mulher madura de muito requinte e charme pra dar e vender (ela sabe sensualizar!), e para Emma, que evoluiu MUITO bem no contexto cinematográfico (em pensar que ela era atriz do nível Disney Channel!), e está arrasando como uma patricinha maléfica e que não mede esforços para conseguir o que quer.

 Mas nem tudo são flores (hamham! - medo). O núcleo que rodeia Coven está muito bom, mesmo, mas não está reluzindo para todos, infelizmente. Minhas críticas vão para duas atrizes que sempre mostraram excelentes trabalhos em American Horror Story, mas agora parece que escafederam-se com o talento das duas. Tudo bem que Taissa Farmiga sempre foi morgada e bem lentinha com seus personagens rasos, mas ela era interessante na primeira temporada da série. Eu gostava dela. E a Sarah Paulson (ugh!), que personagem chata! Ela ficou medíocre na pele da filha idiota e "boazinha" da Suprema. Cadê aquela mulher que mostrava a que veio, presente na segunda temporada?

 Claro, claro, a série é antológica e elas estão na pele de outras personagens, mas não é por isso que precisam ficar tão apagadas. Veja Jessica Lange, como já havia mencionado. Ela não perde o destaque, em nenhum momento! E a Emma vai acabar seguindo o mesmo caminho se continuar na série (espero!). A Lily Rabe é outra que sempre sabe o que está fazendo e muito bem. A personagem dela nesta temporada poderia ser a coisa mais apagada do mundo, mas ela consegue ser aquela mulher que também marca presença sempre! E, sim, o batom vermelho voltou! Não é a freira da segunda temporada, mas é uma bruxa maluquinha (hahahahahahaha!).


 Além do fato da Taissa estar arrastando a chatinha e chorona Zoe de um lado para o outro, ainda temos o provável Frankenstein que irá segui-la nesta jornada. Quer destino pior? O Evan Peters sempre se ferra (essa é a palavra mesmo, se ferra!) com seus papéis na série. Ele sempre interpreta alguém que, ou já morreu, ou vai morrer, e sempre é lunático de alguma forma (hahahahaha, sim!). E agora como o "noivo zumbi" da Zoe, ele realmente se deu mal. Eu não são muito fã da primeira temporada de American Horror Story, mas quando ele fez o Tate e "namorou" com a personagem da Taissa, era muito mais presencial, apesar de apenas mostrar uma relação meio "revoltas de um adolescente em crise".

 Ryan resolveu trazer de volta a atriz Jamie Brewer (que tem Síndrome de Down), e desta vez com um personagem bem mais presente - umas das bruxas mirins. Palmas para ele, pois ela está se saindo muito bem. Na verdade ela sempre demonstrou uma atuação ótima (desde a primeira temporada)! Mas agora está se sobressaindo como a aparente boazinha bruxa-vidente. Ainda espero muito dela na série! Outra atriz que está muito bem é a Gabourey Sidibe, uma negra poderosa que é, literalmente, um boneco vodu e pode ferir a si própria (sem danos) para atingir os outros. É bem estranho, mas muito interessante! Para quem não lembra da atriz, ela é a protagonista do aclamado filme Precious (Preciosa - Uma História de Esperança). Sidibe está muito bem no papel e podemos observar até o momento que ela é a melhor amiga da personagem interpretada pela Jamie.

 Uma coisa que sempre ficou bastante perceptível em American Horror Story foi a presença feminina. Também sempre podemos observar discussões feministas passadas e bastante atuais, fato. Mas esta terceira temporada veio quebrando tudo. Há homens na série, mas tão poucos, e quando aparecem simplesmente parece que não estão lá! Só vendo pra entender. Ryan deve ter pensado "É sobre bruxas. Sobre AS bruxas! Então verão isso". Estou criticando isso? De forma alguma! Antes a presença masculina era algo mais perceptível (em grande parte devido à atuação master de Zachary Quinto), mas cada história pede o seu chão, e Coven está indo muito bem da forma que o Ryan escolheu.


 Chegando na observação final deste post sobre Coven, eu só posso predizer muita coisa boa, mesmo. Eu não estava esperando lá essas coisas desta terceira temporada, pois eu não gostei muito da primeira e achei a segunda atrativa, porém ainda não havia conseguido me tragar. Já Coven começou muito bem, mesmo! E o seu tema promete um contexto de ainda muita exploração. Eu só espero que algumas personagens melhorem. Mas é como falei, Ryan Murphy soube evoluir a série muito bem, e com Coven alcançou definitivamente um patamar adequado para o que ele sempre propôs. E, só pra comentar, como ele vai finalizar (finalmente) Glee (por diversos motivos), e haverá uma dedicação maior para American Horror Story, eu creio que a coisa só tenha realmente a melhorar. E antes de qualquer crítica, eu aviso logo que não odeio Glee ou queria que a série acabasse (se bem que eu acho que já deveria ter acabado mesmo, pois meio que cansou), não. Afinal eu até gostava de Glee (as primeiras temporadas). Eu só acho que o Ryan fez o certo.

 E é isso, pessoal. Um post diferente, com predições e críticas bem diretas. Se discordam ou quiserem fazer alguma colocação, o espaço para comentários estará sempre aberto. Garanto! Abração e até o próximo post, que com certeza será sobre The Walking Dead e sua quarta temporada. ;)


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