domingo, 6 de outubro de 2013

Pokémon: The Origin - uma agradável surpresa no defasado mundo Pokémon!


 Eu não imaginava que chegaria ao ponto de escrever um post sobre Pokémon, sério! Mas esse especial que começou a sair (Pokémon: The Origin, ou apenas Pokémon Origins) é realmente MUITO bom! Sim, não estou brincando! Esqueça o Ash (#morreAsh), esqueça aqueles personagens rasos, e principalmente, esqueça aquela lenga lenga de um episódio pra não acontecer nada que acaba se dividindo em mais de três pra capturar apenas um Pokémon (com muito dramalhão e choradeira) ou nada mais que conversa fiada sobre a Equipe Rocket e seu refrão pavorosamente viciante. Não. Aqui tem muito mais, mesmo! E vamos que vamos, pois tenho muita coisa a comentar.


 Nem vou perguntar se você conhece o clássico Pokémon, pois é óbvio que sim, nem que seja apenas pelo nome (mas ainda duvido que não tenha visto sequer um episódio, haha!). Portanto posso falar sem delongas e ir direto ao ponto, ou melhor, a certos pontos. Primeiro que Pokémon é um clássico, com certeza, mas sempre foi (e nunca deixou de ser) um anime totalmente infantil (eu não arriscaria nem um 'juvenil', é infantil mesmo e pronto). Tá bom, eu conheço ainda alguns pokefanáticos de certa idade que me matariam sem pensar duas vezes depois de ler isso, mas é a mais pura verdade. É um anime sem profundidade alguma, diálogos diretos e com o foco nas estratégias de luta entre tipos de Pokémons e uma busca infindável por mais e mais tipos de criaturas numa jornada cansativa. Já gostei, e ainda acho o anime divertido oras, claro. Não serei hipócrita neste ponto, pois Pokémon com suas besteiras ainda me faz rir e a jornada ridícula do Ash já virou comédia pastelão por diversos fatos.

 Entre eles eu destaco a idade do garoto que empacou nos 10 anos eternos. Desde que o anime estreou, há anos atrás, ele tem a mesma idade e AINDA quer ser o maior mestre Pokémon, só Deus sabe como. Ou seja, ele parece que, até o momento, não conseguiu realizar NADA! É absurdo. Ele não evolui como personagem, não cria laços e do nada muda de grupo de jornada por razões infames. Mas isso não é somente mérito do Ash, já que o anime faz isso com praticamente todos os personagens, e os Pokémons estão cada vez mais ridículos e sem criatividade. Mas tá bom, parei, senão terei que cavar minha própria cova só pelo ódio ocasionado aos ainda muito fãs da franquia. Reparem que, até o momento, só falei do anime clássico. Ainda não cheguei nos games e nem na série nova. Certo?

Ash 'Ketchup' da cidade de 'Pastellit', numa das mais recentes temporadas do anime. Veja que ele não mudou NADA! E isso, infelizmente, não para somente na aparência.

 Quero deixar claro que não estou detonando o anime clássico. É apenas uma crítica, e fora colocada aqui diante da minha afirmação de que o anime é, e sempre foi, infantil. Apenas isso. Justifiquei o meu ponto apenas. Ok? Apesar de que, eu conheço animes infantis que conseguem ser, pelo menos, um exemplo de algo a ser seguido ou que ensinem coisas básicas. Já Pokémon, ele foi (até, se posso dizer com certeza, a sua quarta temporada - talvez terceira) algo que poderia ser chamado de educativo. Com uma jornada que focava na amizade, frases 'do bem' e a luta do Ash (que sempre foi chato mesmo e sem carisma algum) contra o "mal" - Equipe Rocket (que na verdade nem era do mal). Além de divertidíssimo. Eu parava inúmeras vezes sonhando acordado me imaginando naquele mundo repleto de Pokémons para serem capturados, onde poderíamos ser Treinadores Pokémon por profissão. Uma aventura eterna. Era algo fantástico de se imaginar, mesmo. Mas o anime parou nisso. Não foi criativo em driblar esta caricatura criada desde o seu primeiro episódio e acabou ficando, de fato, defasado ao cúmulo. Uma pena, pois é um mundo imenso que poderia ter sido melhor aproveitado. Mas a verdade é que os criadores da franquia pouco estão ligando para isso, afinal esse 'mais do mesmo' ainda rende milhões para suas contas bancárias, e o Japão que o diga - o anime sempre está na lista dos mais assistidos do país.

 Pokémon sempre foi uma franquia que soube tirar dinheiro até da lama, mesmo com uma fórmula batida (que bruxaria é essa!?), por isso ainda vive de mais e mais temporadas de animes e, um ponto em que eu queria chegar - games, MUITOS games. Desde a época do Nintendo 64, Pokémon se mostrou presente no espaço gamístico. E rendendo muito! Eu arriscaria dizer que rende, até hoje, mais com os games do que com o próprio anime (com certeza!). Agora, eu vou parecer meio contraditório (talvez nem tanto), ao falar de Pokémon no mundo gamer. A franquia já errou muito entre os inúmeros jogos que lançou, mas a verdade é que acertou mais que o inverso, fato. Principalmente nos consoles portáteis, onde os seus números sempre foram repletos de dígitos. Uma coisa que a franquia soube criar foi o foco na estratégia. Tipos diferentes de Pokémons, suas fraquezas, e essa coisa de competir. Pokémon é isso, uma eterna competição. E qual o melhor lugar para ver isso refletido em acertos? Nos games, claro. Eu não joguei muitos games da franquia, e acredito que posso contar, nos dedos de uma só mão, os quais experimentei. Mas sempre li diversas matérias e análises sobre os games lançados e posso afirmar isso que estou a dizer, sem dúvida alguma. Destaco também os trading card games (como um RPG de mesa a la Magic) de Pokémon como os mais interessantes, pois funcionam que é uma beleza, principalmente nos consoles portáteis (e é fato que existe realmente um jogo de cards real de Pokémon, e até hoje são vendidas cartas para se jogar e formar seus decks, ou seja, mais grana!).

 Enfim, vamos partir para os principais games clássicos da franquia, e destacar o que acabou gerando este especial que tanto me surpreendeu agora. Uma curiosidade é que os games dos portáteis sobre Pokémon sempre foram denominados por cores ou letras, e os primeiros (época do Game Boy Color) foram os Pokémon Red, Blue e Yellow (considerado um extra). Este especial anime em questão, o Pokémon Origins, trata exatamente da história contada no Pokémon Blue(Green)/Red - desta vez de forma literal. Vamos agora aos fatos e roteiro.


 Antes de mais nada, quero destacar alguns pontos e coisas que eu descobri mesmo através de pesquisa, já que não sou tão conhecedor assim acerca do mundo Pokémon (conheço o clássico, mas fico voando nas novas versões, principalmente dos games). É o seguinte, o anime clássico é baseado na versão Blue e Red (explico isso melhor depois) do jogo para o Game Boy Color. Portanto, o Ash, a Misty e o Brock são considerados os personagens oficiais do anime e nada têm a ver com este especial (o Origins), apesar de serem baseados nos mesmos jogos, mas provavelmente porque preferiram seguir esta linha diferenciada, sei lá o porquê. O Ash nada tem a ver mesmo com o personagem Red, fato, e este especial foi lançado apenas como uma forma promocional para acompanhar o lançamento dos novos games da franquia: Pokémon X e Y (infelizmente, pois merecia uma nova série!). É interessante observar também, que, no Japão, não existe a versão Blue, e sim a Green. Ou seja, lá tem a Green e a Red, por isso algumas pessoas pensaram que o Gary (pelo menos a representação dele neste outro mundo) se chamaria Blue, mas ficou como Green, afinal o anime é japonês (faz mais sentido mesmo). Então não se enganem (isso foi meio que uma alfinetada para alguém que estava teimando comigo sobre este fato, hahahahahaha!).

 O personagem principal do Origins se chama Red (como já havia mencionado), e o seu rival eterno é o Green (o neto do Professor Ookido/Carvalho). Tudo isto pode soar parecidíssimo com a rivalidade existente entre o Ash e o Gary (neto do Professor Carvalho) no anime clássico, pois realmente é quase igual, mas engana-se quem pensa assim de forma literal. O diferencial real aqui é que, FINALMENTE, esse é um anime de Pokémon que realmente trata da história dos jogos Green e Red (Blue e Red), literalmente sem tirar nem pôr. Parece que você está jogando ao assistir o anime, e isto é outro efeito incrível que o anime provoca em você.

 O Red, como o Ash, sai numa jornada Pokémon para capturar todos os Pokémons que existem e viver muitas aventuras. Mas as diferenças entre os dois são imediatas, e ficam claras logo no primeiro momento. Vamos a elas. Primeiro que o Red, mesmo sendo atrapalhado também, parece ser mais maduro (e é mesmo), e mesmo sonhando em sair capturando seus Pokémons, não ficava que nem um louco se iludindo com certas coisas. Outra coisa é perceptível no chamado do Professor Ookido ao seu laboratório. Isso já significa aquele momento em o Red irá receber o seu Pokémon e assim começar a sua jornada, mas não é bem isso, pois essa explicação é o que ocorre com o Ash. Com o Red, ele chega no laboratório e o Professor o surpreende com um pedido - ele quer que o jovem saia pelo mundo utilizando a sua mais nova invenção (a Pokéagenda), para assim preenchê-la toda e, com isso, ajudá-lo nas suas pesquisas de laboratório (afinal ele vive para estudar os Pokémons). Mas sim, cadê o primeiro Pokémon que o Ash recebeu para esta investida (no caso seria o Pikachú)? Com o Red é bem diferente. Primeiro que, quando o Professor ainda está explicando os detalhes para ele, chega o seu neto (o Green) que também fora chamado ali para fazer a mesma coisa do Red. Mas espera! O Green também está mais maduro, apesar de mais cruel! Eu adorei essa divergência com o idiota do Gary, que era simplesmente um idiota mau. O Green é que sugere ao Professor que este lhes dê um Pokémon para a investida pelo mundo com a Pokéagenda, e ainda cede a primeira escolha para o Red, ou seja, ainda é educado (mesmo que com propósitos egocêntricos).


 Daí o Red escolhe o Charmander (que Pikachú que nada, graças aos céus!) como o seu primeiro Pokémon. Aqui não tem o dramalhão entre Ash e o Pikachú revoltado. Longe disso. Aqui temos um treinador noob pegando o seu primeiro Pokémon que é seu e o respeita e assim começa a sua jornada. Sem lamúrias desnecessárias e direto ao ponto, pois o interesse mesmo é o que vem adiante. E o Charmander, mesmo não tendo nem a metade dos mimimis do Pikachú, consegue ser altamente carismático e nada chato e não fica que nem os Charmanders da série oficial dizendo "Char, Char, Char!!" o tempo todo (aff, hahahahaha). Enfim, é a partir daí que a jornada começa e as personalidades (fortes, muito fortes, e isto é ótimo!) do Red e do Green começam a se mostrar de verdade.

 Na empreitada o Red vai descobrir que a sua jornada não será NADA fácil e nem tudo é luz (mesmo com seu Charmander e seu foguinho), como ele pensava. E isto é outra coisa diferente e fascinante entre o mundo do Red e o mundo do Ash. Com o Ash TUDO era fácil. Ele só soltava uma lagriminha, os seus Pokémons pareciam Cavaleiros do Zodíaco tirando força do cosmos eterno e venciam qualquer coisa! Pronto. E, por culpa disso, o Ash nunca evoluiu e nunca aprendeu nada, afinal tudo lhe foi dado, oras! Com o Red, o início (lento e chato) do Ash vira uma caminhada de pura aprendizagem, afinal ele é um noob e admite mesmo ser isso (ele nem sabia que existiam insígnias e ginásios Pokémon. E nem as clínicas para os tratamentos dos Pokémon!). Ele aprende, a gente aprende, é o ideal. Seria tão melhor isso como sendo o verdadeiro começo da saga, sério! Daí temos as lutas intensas (WTF, só faltou gore!). Fiquei realmente abismado com a intensidade das lutas Pokémon que antes pareciam apenas gritinhos e pulos e os Pokémon pareciam ser de aço. Aqui no Origins não é brincadeira.

 Vou mostrar aqui a primeira luta entre o Red e o Green, e como o grito de dor do Charmander consegue abater qualquer coração com muito desespero, e como o Squirtle - tão bonitinho -, do nada vira um sedento mordedor como o seu dono bem ordenou. OBS: é spoiler, então só assista se realmente quiser saber da cena antes de ver o anime. ;)


 O que eu quero dizer é que este universo 'Origins' é um universo bem mais "realista" acerca de tudo: descobertas, amizades, estratégias e, claro, as lutas. Quando o Red enfrenta o primeiro líder de ginásio, é algo também incrível pois fica bem claro como uma luta de ginásio funciona e suas regras de combate através de detalhes justos. Não é coisa do acaso como as lutas do Ash Ketchup e sua força vinda do cosmos com Pokémons mutantes. Fato.

 Não irei sair dando mais detalhes, pois este é apenas o primeiro episódio (que tem em torno de 1 hora e 31 minutos de duração) de quatro - serão como quatro filmes/OVAs. Então assista e descubra por si próprio estas mudanças épicas que tanto fiz questão de dizer que me surpreenderam. Sério. E ainda tem muita coisa para acontecer (mesmo os acontecimentos sendo bem corridos - mas como falei, muito mais impactantes e significativos que os da versão clássica). Fiquei com uma imensa vontade de readquirir o meu Game Boy Color e jogar novamente as versões Blue e Red (eu só joguei a Blue na época). Afinal, eu posso ter criticado a infantilidade do anime clássico, mas os games sempre foram bons e divertidíssimos, além dos card games que também são demais. Pokémon só precisava deste empurrãozinho para ser visto de uma maneira diferente (pelo menos para mim), que sempre achou o universo divertido, mas sem maiores proveitos (como, por exemplo, um MMO de peso) e que continua no mesmo ar colorido e infantil. Nem tudo são flores e um anime/desenho precisa crescer também com o passar do tempo. Não digo que vá mudar de infantil para adulto, claro que não, mas pelo menos encarar novas perspectivas e certas realidades. Bater na mesma tecla sempre não existe nem pra teclado quebrado, imagina pra um anime mal aproveitado?


 Espero que tenham gostado da leitura, e, por favor, não me odeiem se amam o clássico Pokémon e não acreditam que a minha visão poderia favorecer algo, ou se simplesmente acham que fui cruel. Respeito todas as opiniões, mas sempre deixei claro aqui no blog que possuo a minha e faço questão de expô-la. Se quiser criticar algo, a parte dos 'comentários' serve para isso. Certo? Estou aberto a qualquer discussão e não se acanhe, eu sei criticar e aceitar críticas, sendo estas justificáveis, obviamente. ;)

Abração e até o próximo post revolucionário!

5 comentários:

  1. muito boa matéria, sou fã do universo pokémon. anime e jogos, mas concordo com a sua crítica sobre o anime...

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    1. Obrigado pelo comentário, Murilo! Tentei ser o mais sincero possível - mesmo - neste post sobre o universo Pokémon. Então é muito bom ver que quem ainda é fã do universo Pokémon de uma maneira geral concorda comigo pelo menos em algum ponto. ;)

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  2. Gostei muito da sua visão sobre o anime. Apesar de não ser mais criança, ainda gosto dele ( tirando as ultimas regiões - Unova e Kalos - que eu achei horrível). Seus argumentos são muito bons, é difícil encontrar blogs que saibam apresentar críticas sem detonar o anime (não só Pokemon, mas outros animes também). Fiquei curiosa para ver o "Pokémon Origins".Gostaria de saber se poderia me indicar um site onde eu possa assistir.

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    1. Obrigado pelo comentário, May. Desculpe a demora pela resposta, mas passei um bom tempo afastado do Blog. Mas enfim, sobre um local para baixar o The Origin, é meio complicado achar legendado em Português, pois o único fansub que vi COMEÇAR a traduzi-lo foi o PUNCH (mas parou no primeiro episódio, infelizmente). Eu vi o restante baixando pelo Nyaa (é um tracker onde vários fansubs gringos postam seus trabalhos - baixei tudo em inglês mesmo, tive). É este: http://www.nyaa.se/ . Se interessar, dê uma olhada por lá, ainda deve ter os torrents. Abraço.

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  3. Alguém ai tá vendo Ash no XY?Porque agora ele mudou mesmo.

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